"" Jorge Alamar ⇉ Redação do Enem: Dicas para fazer uma redação nota 1000

Dicas para fazer uma redação nota 1000

Devem ser priorizados os valores humanos considerados fundamentais nos dias de hoje: o direito à vida, à liberdade, à justiça e à igualdade. Qualquer tese que os contrarie é considerada incoerente, prejudicando o poder argumentativo do texto.

O repertório deve apresentar uma visão crítica acerca das informações em circulação na mídia, além de um razoável conhecimento sobre os temas e as obras consideradas antológicas em cada ambiente cultural.

Débora Ribs, criadora do Missão Enem

Todos os recursos discursivos a que o enunciador recorre para conquistar a adesão do auditório são considerados argumentos. São escolhidos, assim, como parte das estratégias adotadas pelo enunciador para tornar seu discurso mais persuasivo. Não há nenhuma classificação oficial dos recursos argumentativos. O que verificamos é um grande número de sistematizações diferentes: parece que cada "manual de argumentação" adota uma nomenclatura específica, bem como uma quantidade variável de argumentos.

Escolhemos aqui a organização adotada por Platão e Fiorin em Lições de texto: leitura e redação (Ática, 1996), por ser mais funcional, tanto do ponto de vista da nomenclatura adotada (classificação direta, exata, objetiva) como do número de argumentos listados.

Nesta atividade, vamos abordar os tipos de argumentos que tiram proveito do repertório de informações presumivelmente adequadas ao auditório universal. Para esse tipo de auditório, só surtirão efeito argumentativo aqueles dados que de alguma forma são adotados e prestigiados pela cultura da comunidade. Esse prestígio pode decorrer, basicamente, de três fontes: tradição, bom senso e observação, o que dá origem a três tipos de argumentos, respectivamente, os que se baseiam na autoridade, no consenso e em provas concretas.

E um argumento consagrado pela tradição. Consiste em fazer alusões ou em recorrer a citações de personalidades de saber reconhecido sobre o tema em questão. Isso confere ao texto maior credibilidade, pois o ancora no depoimento de um especialista. O efeito é positivo, uma vez que se acredita que as considerações de um expert são verdadeiras: o especialista sabe mais do que o leigo, do que o não especialista. O respeito e a consideração de que ele goza junto à opinião pública são transferidos para o texto: a estratégia do enunciador é adquirir, com a ajuda da autoridade, respeitabilidade, fazendo valer sua tese. No contexto da polémica sobre a qual se estrutura o texto, a autoridade é uma espécie de aliada do enunciador, faz parte do "exército" argumentativo convocado por ele para alcançar a vitória nessa guerra pela conquista da adesão do auditório. Esta é apenas mais uma estratégia que você aprende com o curso de Redação Para Enem Missão Enem.

No livro Em que creem os que não creem, estão reunidas cartas trocadas entre o intelectual e escritor Umberto Eco (que escreveu O nome da rosa, dentre outras obras) e o cardeal Cario Maria Martini. Nessa correspondência, argumentam sobre diversos assuntos que interessam tantos aos leigos como aos crentes, como a proibição do aborto.

Questionando sobre "quando tem início a vida humana", definição necessária para se saber se o aborto é ou não sempre um atentado à vida humana (por exemplo, interromper a gravidez nos primeiros dias é um atentado à vida humana? Já se pode falar de vida humana nesse contexto?), Umberto Eco recorre à autoridade do pensador religioso São Tomás de Aquino:

São Tomás despendeu tesouros de sutilezas para explicar como e por que tem que ser assim - daí nasceu uma longa discussão sobre como o feto passa por várias fases puramente sensitivas nas ao cumpri-las, está pronto para receber, de fato, a alma intelectiva (acabei de reler as belas questões tanto da Summa quanto da Contra gentes); e não vou relembrar os longos debates que foram encetados para decidir em que fase da gravidez esta ''humanização" definitiva acontece.

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